Chef dos 20 anos: Helena Rizzo é a grande vencedora do Prêmio Paladar 2025
Coincidência? Intuição? Alinhamento astrológico entre Saturno e a mandioquinha? O fato é que, quando o conselho da trilha Honra ao Mérito do Prêmio Paladar 2025 se reuniu para eleger o Chef dos 20 anos, ninguém se deu conta de que o Maní também estava prestes a comemorar duas décadas de existência. Só depois da escolha (praticamente unânime, diga-se) é que caiu a ficha: o restaurante de Helena Rizzo e o próprio Paladar nasceram quase juntos. O caderno veio primeiro, em 2005; o Maní, logo em seguida, em 2006. Vinte anos depois, ambos seguem firmes, premiados e cheios de histórias boas para contar.

No caso da Helena, não faltam capítulos. Tem peixe com banana-da-terra, sopa fria de jabuticaba com lagostim, rosbife com crosta de chá defumado, berinjela em versão doce, bochecha com tutano e um nhoque de mandioquinha que, segundo reza a lenda, fez jurado chorar. Os menus-degustação do Maní já levaram troféus, selos, aplausos, manchetes e, se bobear, deveriam ter CPF próprio.
Assim como ela mesma, zen, mas firme quando precisa, a cozinha de Helena é puro equilíbrio entre tradição e vanguarda. É aquela mistura rara de quem medita com o pé no pilão e usa Thermomix sem perder o axé. Técnica refinada, frescor e beleza andam de mãos dadas nos pratos, que fogem do óbvio com leveza, mas sem nunca perder a profundidade. Com talento de sobra e muita estrada, Helena pega ingredientes brasileiros e transforma em poesia comestível, daquelas que encantam o olho, surpreendem o paladar e fazem a gente querer repetir o verso (ou o prato).

Ao lado do catalão Daniel Redondo, trouxe técnicas do Celler de Can Roca, misturou esferas com tucupi, geometria com poesia, e transformou o Maní num dos restaurantes mais influentes do País. Oito vezes no pódio do Prêmio Paladar, presença constante no 50 Best, com direito ao prêmio de Melhor Chef Mulher do Mundo em 2014, estrela Michelin no currículo e jurada de reality, sem perder o sotaque gaúcho de quem sabe o que está fazendo, mas prefere deixar o prato falar por ela.
Receber o título de Chef dos 20 anos foi só mais um marco. Mas, nesse caso, com gosto de destino e cara de justa homenagem. Porque, convenhamos: quando a comida tem alma, não é preciso alinhamento de planetas, só uma colher e um bom apetite.
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